domingo, 28 de dezembro de 2008

Vozes da Irlanda



Há quem diga que o rock foi uma invenção americana, com melhorias dos ingleses e escoceses, mas e os fãs de rock de bandas da Irlanda como ficam? Afinal a maior banda representante daquele país tocou no Brasil em fevereiro de 2006, onde fãs aguardaram ansiosos por aquela noite, repetindo ou superando quando vieram em 1998, eu poderia aqui descrever uma biografia da banda etc. e tal mas que tal ir mais além como: O que possibilitou o surgimento do U2?
Resumindo foi assim: Tribos Celtas de origem gaulesa se estabeleceram na ilha no século IV A.C. e o cristianismo chega com São Patrício no século V,mas os Vikings destroem tudo no século VIII, e com isso os povos dividem-se em vários principados, e em 1542 o rei Henrique (invasão inglesa) introduz o protestantismo, continuando a exclusão católica com a Rainha Elizabeth I e nos séculos XVI e XVII os irlandeses perdem suas terras para os colonos ingleses e com isso no século 19, a Irlanda foi integrada ao Reino Unido da Grã-Bretanha por meio da assinatura do Union Act. No início do século 20, surge o movimento nacionalista que luta pelo fim do domínio britânico sobre a ilha. Esse movimento de resistência levará ao surgimento do Estado Livre da Irlanda ou Eire, em 1922. Mas a Irlanda do Norte ou Ulster continuará fazendo parte do Reino Unido.Foi a partir do final dos anos 60 que as hostilidades se agravaram. Em 1969, o governo britânico ocupou militarmente o Ulster e, em seguida, dissolveu o Parlamento de Belfast, assumindo as funções políticas e administrativas. Em 1972, mais de uma dezena de jovens irlandeses católicos foram mortos no Domingo Sangrento (Sunday blood sunday). Em 30 anos de conflito, cerca de 3.600 pessoas morreram na Irlanda.A seguir, uma sucessão de atentados terroristas praticados pelo IRA indicavam a radicalização do conflito. Protestantes da Força Voluntária do Ulster, grupo paramilitar unionista, responderam com a mesma violência ao radicalismo católico.
Só em 1991, por iniciativa de ingleses e norte-americanos, iniciou-se uma rodada de negociações com a participação dos partidos do Ulster e do governo de Londres. Como o Sinn Fein - braço político do IRA - foi excluído das conversações, o diálogo fracassou.
Finalmente, em 1998, Tony Blair (premiê inglês), Gerry Adams (Sinn Fein) e David Trimble (unionista), com a participação do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, assinaram o Acordo do Ulster, que concedia mais autonomia ao país.
Bem, até aqui foi a política e conflitos religiosos mas e o rock?
Na Irlanda, o Folk Rock da Inglaterra tomou a forma de Celtic Rock, quando a nova forma de música comecou a ser adaptada e misturada aos rítmos e instrumentos locais. A primeira banda irlandesa a ficar relativamente famosa tocando música Celta com guitarras, baixo, bateria e amplificadores foi Sweeny's Men em 1968, mas há quem diga que as raízes do Celtic Rock estão na Escócia do começo dos anos 60.
Depois de "cozinhar em fogo baixo" nos anos 60, o Rock irlandês passou a ter sucesso nos anos 70 quando Phil Lynott formou o Thin Lizzy, em 1970. A banda acabou em 1984 com a morte de Lynott, mas nesse meio tempo já havia conseguido abrir o caminho para a "Invasão irlandesa" que se seguiu.
Os Boomtown Rats, formados em 1975 por Bob Geldoff foram os próximos a ter sucesso mundial, e foi o Concerto Live Aid de 1985, organizado por Geldoff, que trouxe o U2, formado por Larry Mullen Jr. em 1976, às salas de visitas de todas as casas do mundo, apressando a já inexorável conquista do mundo que o U2 faria nos anos que se seguiram.
Outros nomes dignos de nota são Van Morrison e Elvis Costello, que muito fizeram para o bem do Rock irlandês em particular e do Rock mundial em geral.
Depois que o U2 finalmente pôs o alfinete sobre a Irlanda no mapa do Rock mundial muitas outras bandas seguiram seus passos nos anos 80 e 90. Podem ser citadas bandas como os Waterboys, The Commitments, The Cranberries (A banda mais querida depois do U2, o álbum mais conceitual da banda. "Salvation" é um libelo contra a heroína, e é por sinal, a mais frenética música do disco. "I’m Still Remembering" fala sobre a morte de pessoas queridas e cita Kurt Cobain em uma das estrofes. "I Just Shot John Lennon" presta uma dupla homenagem: a John Lennon e ao pai de Dolores, morto em 91. "Cordell" é dedicada a Danny Cordell, falecido empresário da banda que os levou ao sucesso. "Free to Decide" trata das tumultuadas relações entre a banda e a imprensa. As auto-explicativas "War Child", "The Rebels" e "Bosnia" versam sobre problemas sociais . Produzido por Bruce Failbairn (ex-produtor do AC/DC e do Iron Maiden) , a versão brasileira do cd contém uma faixa instrrumental "Intermission", no lugar de "The Picture I View" , lançada somente nos Eua e Europa.), The Undertones e artistas como Sinéad O'connor, Rory Gallagher, Enya e bandas mais "Celtas" do que "Rock", como The Corrs.
O U2 ficou conhecido mundialmente após o terceiro disco: "War" de 1983. Esse álbum fez do U2 uma das mais importantes bandas de rock de todos os tempos. A postura politizada é assumida nas letras, em clássicos como "Sunday Bloody Sunday" e "New Years Day". Seguiu-se uma extensa turnê de divulgação, que resultou em "Under a Blood Red Sky", uma compilação de faixas ao vivo, gravadas durante o ano.
Na sua terceira passagem por aqui, o U2 apresentou a turnê Vertigo lançada para promover o CD "How To Dismantle An Atomic Bomb".
O U2 trouxe ao Brasil os equipamentos utilizados nas apresentações no exterior. São 400 toneladas de equipamentos que foram transportados em quatro Boeings 747, de acordo com a organização.

Quem me acompanhou em 2008...um feliz ano novo, com novas amizades e novos textos!!!

Obrigado...

Confira abaixo o clipe "Dreams" - The Cranberries


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Cocteau Twins

Eu sei o quanto é cansativo ler biografia...mas...tentei criar o resumo do resumo e apresento para quem quiser ler:

Cocteau Twins

Numa cidade chamada Grangemouth, na Escócia, o DJ Robin Guthrie tocava clássicos Punk e New Wave numa boate de um hotel desta cidade, cujo nome era NASH em 1979. Robin Guthrie e seu amigo Will Heggie notaram que uma certa freqüentadora (riam dela) da boate dançava e cantava a noite toda (a única) em todas as apresentações e isso chamou a atenção de Robin Guthrie, conversa vai, conversa vem e Robin Guthrie começou a namorar a garota doidona: Elisabeth Fraser. O trio descobriram que tinham alguns gostos musicais em comum e formaram a banda COCTEAU TWINS, nome este inspirado de uma música da banda Simple Minds (também uma banda escocesa). A "performance" e voz de Elisabeth Fraser era única, no início, diziam que ela balbuciava palavras que não existiam mas depois descobriram que as letras escritas por Elizabet Fraser eram pesquisadas pela sonoridade, criando um certo mistério em torno das letras, que até sem sentido algumas vezes mas resultando numa melodia "magnética", o baixo de Will era pesado, porém extremamente climático. Robin era um guitarrista que não se importava com solos, apenas em sons diferentes, quase minimalistas. Os membros da banda australiana Birthday Party (onde Nick Cave fazia parte) auxiliaram o Cocteau Twins a assinar o contrato com a 4AD e em 1982 no estúdio gravam o primeiro disco: GARLANDS, com uma sonoridade muito diferente utilizando uma onipresente bateria eletrônica Roland 808, o baixo cadenciado de Will e guitarra distorcida e loops de Robie e a voz inesquecível de Liz Fraser.Will Heggie sai da banda logo após a gravação do EP PEPPERMINT PIG (meses depois de GARLANDS, canção que fica nas parada independentes atrás apenas de "Blue Monday", do New Order). Em 1983, a então dupla entra em estúdio novamente e gravam o disco HEAD OVER HELLS com sonoridade interessante e aumentando a magia em torno do nome COCTEAU TWINS, e neste mesmo ano gravam o EP THE SPANGLE MAKER, porém com a estréia do baixista Simon Raymond, contribuindo em muito nas composições e produções dos trabalhos. Simon conta porque entrou para o Cocteau Twins: "eu sempre fui um grande fã da banda e ouvia todos comentarem como eram místicos e todas essas coisas. Nunca pensei isso, apenas que as músicas eram brilhantes e excitantes e nunca imaginei que, nem em um milhão de anos, seria um membro da banda", explica.

Em 1984 com o trio reformulado é lançado o disco TREASURE (o mais conhecido no Brasil). Em 1985 gravaram vários Eps tais como AIKEA-GUINEA, TINY DYNAMINE e ECHOES IN A SHALLOW BAY e EASY TEARS e gravam os discos VICTORIALAND e THE PINK OPAQUE. Em 1986 gravam o disco THE MOON AND THE MELODIES, e depois um intervalo de quase 2 anos, onde em 1988 lançam o disco BLUE BELL KNOLL sendo este último assinado contrato com a gravadora CAPITOL RECORDS, daí para o mundo as portas foram abertas. Em 1990 é lançado o disco HEAVEN OR LAS VEGAS, com frases mais facilmente reconhecíveis, repetindo a dose em FOUR CALENDAR CAFÉ, de 1994.

Em 20 de abril de 1991, aqui no Brasil, precisamente no Projeto SP, o COCTEAU TWINS tocou no show de sua turnê mundial do disco HEAVEN OR LAS VEGAS, alguns fãs ficaram decepcionados pois não tocaram nenhuma faixa do disco TREASURE, outros fãs gostaram muito do show, comentando que foi de arrepiar logo nos primeiros acordes e os mais críticos até disseram que a voz de Elisabeth Fraser estava desafinada, eu, infelizmente não estava neste show, mas gostaria de ter ido. Em 1995, experimentações com a música eletrônica foram criadas nos Eps OTHERNESS e sonoridade acústica no TWINLIGHTS mas abandonaram estes estilos e em 1996 é lançado o disco MILK AND KISSES, sendo este o último trabalho em estúdio. Em 1999 foi lançado o BBC SESSIONS, gravações acumuladas naquela emissora.

O COCTEAU TWINS e sua trilha sonora para os sonhos, com imagens de nuvens e a sensação de tranqüilidade são inevitáveis. A mais ilustre influenciada por COCTEAU TWINS foi a cantora Enya, que a mídia rotulou como "New Age", mas para muitos, uma cópia mal feita do trio escocês. Acesse http://www.cocteautwins.com/ e saiba muito mais sobre uma das mais originais e interessantes bandas dos anos 80, bem como o que andaram fazendo de 1999 prá cá.
Confira: Crushed

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Vai chegar a sua vez...

Os aposentados (e idosos) sofrem com a falta de respeito...e para ilustrar isso acompanhe a aventura da vovó Arlinda pra receber sua aposentadoria...espero que não aconteça conosco mas...é uma grande icógnita...

(escrito no dialeto da vovó Arlinda...)
"Boa noite...ói...eu vô fala rapidi...ói estou tão injuriada!!!se eu for ficar aqui meia hora vai ser um pé de pica!Eu acordei hoje 7 hora da manhã, que é dia de receber minha aposentadoria...de manhã já é aquele aborrecimento, tô morando com meu fio que é advogado que a mulher boto fora de casa e ta cumendo tudo da minha aposentadoria...a neta é o diabo, a menina é assim, não posso ter nada dentro de casa que a menina come, ela consome tudo...


Ai de manhã eu disse eu vô lá, pego o metrô,o trem vô anda, mas agora não tem nenhum respeito com véio...quer dizer a pessoa pega um ônibus hoje e se ela não tiver força de vontade pa pudê enfrentá aquilo ela vai em pé porque ninguém dá um lugar a uma pessoa que tem idade...não sei pra que serve aquela porra daquele adesivi qui dizi idosi e deficienti!! cheguei no metrô, entrei tava uma menina com um menino enorme sentado ai dissi ai meu fio você acha que não grande pra tá no colo da tua mãe não?dê um lugar pá vovó e ele disse:vá toma no seu cú...oxe eu ia dizer que diabo a ela?

Ai eu fui pelejando, pelejando consegui chegar lá, quando cheguei ali, no Paraíso minha fia, tumei uma cutuvelada na espinhela dum fuciboy que eu disse assim ai exu vá ole, não vô dizer nada não...ai cheguei lá e essa porcaria toda da porra da reforma tudo em greve...entrei no banco e vô vê se tem algum dinheiro lá e era aquela putaria lá: plic plic plic plic!buzinando vc tem que tirar tudo que é de ferro de dentro...eu não tinha nada num tinha uma moeda não tinha...a única coisa que tinha era o meu palero...

Eu disse é, eu vô entra, oia eu não tinha nada com a raça de ninguém porque eu sou preta eu me respeito mas a desgraçada da japonesa...cheguei lá, não sei como era o nome dela se era Tomi, Yoky Shioky, Shoyo, Sushi, não sei o nome dela...cheguei lá entrei lá e disse a ela:

- Minha fia, eu vim aqui pude receber minha aposentadoria...


- A senhora sabe que a coisa mudou agora, a senhora já tinha a senha?


- Que senha?


- A senha, a senhora tem que botar os números...


-Minha fia, mas eu nessa idade que número vou saber botar ai?


Dai a desgraçada disse ai:


-Então vá lá fala com o gerente...Minha fia, eu já estava tão inframada que a primeira fila que vou é da deficiente e de véio, a primeira pessoa que olhei pra traz era um alejado aieu disse:


-Meu fio, pra gente não se aborrecer a gente tem que segurar na mão de Deus...Quando olhei pra ele, ele era moco, não tinha as duas mãos...na hora eu esmudici...ai eu disse a ele:


-Meu fio, se agente não tem as mão tem crer mais com a boca.

Ai ele se riu e fui lá com o gerente vê a porcaria da senha e ai eu voltei e a desgraçada disse:


-A senhora lembra?


-Minha fia vô lembrar o que?


- A senhora anotou?


- Eu nem sei escreve como é que ia anotar? Ai começou assim e eu disse:


- Você não vai me dar meu dinheiro não sua discarada? Porque num tô lhe devendo nada e você num tá me devendo não sua discarada sem vergonha, me dê meu dinheiro!!!Mas minha fia, me perdi a paciência, que eu tirei do diabo e botei naquela japonesa


E ela disse:


- Vou chamar o gerente!!!


-Chame a puta que lhe pariu sua escrota, pois a única coisa que vou lhe dizer é: ói japonesa eu sou véia mas eu num tô morta, você...japonesa você abra seu olho!!!"

Se você se divertiu lendo...veja abaixo essa presepada toda:


domingo, 2 de novembro de 2008

Jesus and Mary Chain

Tudo começou numa cidade do leste da Escócia (país do uísque e da saia quadriculada), precisamente em Killbride, Willian Reid (28/10/58) e seu irmão mais novo Jim Reid (29/12/61) em meados de 1983 gravaram algumas fitas “Demo” em casa e enviaram para algumas gravadoras, até então a Banda usava o nome de “The Poppy Seeds”. A resposta fraca e letras com referências à sexo, drogas e cheias de palavrões, alertou os Reids e estes mudaram-se para Londres e decidiram mudar o nome da Banda para “The Jesus & Mary Chain”, (nome este tirado de um filme antigo de Bing Crosby), recrutando Murray Dalglish para bateria e Douglas Hart para tocar contra-baixo.
Abrindo pequenos shows com certa freqüência , 4 minutos foram suficientes para “impressionar” a audiência de um certo gerente, que, horas de atrasos, excessivo consumo de álcool e outros incidentes faziam parte destes “shows”.

Em meados de 1984 mandaram uma fita Demo para Alan Mc Gee, (ele descobriu o Oasis também) dono da Creation Records. Mc Gee impressionado com o grupo e com 12 espectadores num estúdio, a um custo de 172 libras, resultou num 7 polegadas, um single chamado Up Side Down em outubro de 1984 precisamente, conseguindo uma marca de 35 mil cópias vendidas. Murray (bateria) foi trocado por Bobby Gillespie (vocalista do então Primal Screen).
A banda assinou 2 singles na gravadora Blanco y Negro: Never Understand e Trip Me Up, com isso um longo contrato foi assinado então.

Antes do primeiro álbum foi realizado mais um single: Just Like Honey e em novembro de 1984 gravaram o Psychocandy, o primeiro álbum, recebido pela crítica e aclamado como um dos 100 melhores de todos os tempos em 1985.

O som deles era diferente de tudo o que havia sido ouvido antes, (apesar de certa influência do Velvet Underground) barulho nítido, distorção, poucos acordes e muita energia, visual gótico atraíram fãs do extinto movimento punk (daí começaram a surgir os Pós-punks).

Em setembro de 1987, após 2 anos sem gravar algo novo, eles retornam com o álbum Darklands, considerado como uma mudança drástica no estilo, considerado pela crítica como um trabalho inferior à Psychocandy porém chegando ao 5° lugar da parada Britânica graças ao single April Skies.

Com pouco tempo de carreira em 1988, aproveitando sobras de estúdio, lados B e outras raridades, gravam Barbed Wire Kisses.

Em 1989 lançaram Automatic, 3° álbum da banda, optando para uma bateria eletrônica na versão de estúdio e mesmo tendo boas músicas como Head On e Side Walking, Automatic traz limitações inerentes ao uso de baterias eletrônicas e sintetizadores, resultando uma “frieza” pela crítica e público ingleses e de quebra despercebidos nos Estados Unidos.

Em 1992 com o álbum “Honey´s Dead”, as coisas melhoraram, uma formação rigorosa com novo baterista, baixista, conseguem alcançar o Top 10 britânico, participam de grandes turnês juntamente com My Blood Valentine, Dinosaur Jr. e Blur na Inglaterra e no Festival Lollapalooza nos Estados Unidos. Nessa época aqui no Brasil a MTV destacava o rock alternativo e o vídeo clip de “Reverence” passava com certa freqüência.

Em 1993 lançam o álbum “The Sound Of Speed” outra coletânea de raridades e sobras de estúdio no período de 1989 à 1992.

Em 1994 lançam “Stoned And Dethroded” com sonoridade quase de um acústico, que com a música “Sometimes Always” chegaram nas paradas da Billboard mas não foi o suficiente p/ agradar a Gravadora Blanco Y Negro, esta então dispensou o grupo fechando com uma coletânea chamada Hate Rock´N`Roll em 1995 e a banda volta a assinar com o Creation Records (No Reino Unido) e com a Sub Pop (nos Estados Unidos) com distribuição da Sony Music, esta em parceria junto a Creation Records.

Em 1998 lançam “Munki”, um álbum mistureba relembrando vários momentos da banda, sem muito sucesso devido talvez pela fraca divulgação da Sub Pop nos Estados Unidos e assim o The Jesus And Mary Chain que foram idolatrados, ignorados, jamais atingindo o tamanho que todos previam após o lançamento de “Psychocandy” e um fato determinante no show lotado no House Of Blue em 12/09/1998 em Los Angeles, os irmãos Reid, “quebram o pau” entre eles e a crítica e público concordam que daí em diante inicia-se o fim da banda que oficialmente ocorreu em outubro de 1999, mas sempre com retornos.

Atualmente William Reid toca usando nomes diferentes, enquanto seu irmão Jim Reid toca na banda chamada Freeheat.

Lendo sobre várias opiniões e concordando com as mesmas, escrevo que, o The Jesus And Mary Chain, nunca fizeram músicas para agradar a crítica ou o mercado mundial, arriscaram com seus acordes distorcidos e vocal marcante, nunca foram verdadeiramente reconhecidos pela sua qualidade musical, porém considero como uma das bandas de puro rock britânico e com uma baita autenticidade das bandas alternativas.

10 músicas para conhecer Jesus and Mary Chain:
Just Like Honey / Psychocandy / Darklands / Head On / On The Wall / Reverence / About You / Don´t Ever Chance / Half Way To Crazy / Happy When It Rains/
Vídeo: Just Like Honey

domingo, 19 de outubro de 2008

Transporte Coletivo.


Nesse mundo cão as autoridades estão pouco se lixando com o conforto do cidadão e o transporte coletivo, entra ano, sai ano, estão sempre lotados...as cenas mais estranhas assistimos no transporte coletivo, seja ônibus, trem ou metrô. Lembrando de algumas, contarei as mais bizarras que já vi.

Ônibus: Um bêbado pergunta ao cobrador se tal ônibus passa em tal lugar, o cara não conseguia nem falar direito e fixar o olhar no rosto do cobrador pior ainda... e não é que o infeliz vomitou na catraca!!! Que nojo!!! e o pior foi a cara do cobrador...o que ele ia dizer aos passageiros? Que situação absurda e nojenta.

Metrô 1: Estação do Brás, 07h45 sentido Barra Funda...com a integração gratuita da CPTM aquilo fica lotado de um jeito que você era empurrado para entrar e esmagava quem estivesse a sua frente...numa certa manhã eu estava sem pressa e fiquei dando um tempo esperando esvaziar um pouco e vi uma cena absurda...um passageiro estava na frente pronto para entrar e um baixinho sai lá da parte de trás, empurra todo mundo se enfiando nos mínimos vãos e puxa o passageiro da frente para trás e o grandão desequilibrando-se quase caindo fica de fora e nota-se o sorriso sarcástico do baixinho só que ao fechar a porta do Metrô uma parte da blusa de lã do baixinho ficou pra fora e este não conseguia puxar a blusa e recolher...o grandão não pensou duas vezes, sacou o isqueiro e acendeu queimando a blusa... e o rastro de fumaça e a chama foi-se formando plataforma afora e todos viram a cena só faltaram aplaudir o grandão...que bizarrice!!!

Metrô 2: Linha Vermelha, sentido Barra Funda, lotadaço...percebi que uma mulher estava incomodada com o esfrega-esfrega de um sujeito mal intencionado e esta começou a resmungar e reclamar até o momento que não agüentou mais e soltou bem alto: “- Sai fora, sai pra lá, é muita cara de pau mesmo né? Queria que meu marido estivesse aqui, ai você ia ver...”
E o pior foi a seqüência onde o molestador responde: “- Se ele estivesse aqui eu traçava ele também!!!” nooooossa ai começou o xinga xinga do vagão inteiro “-cala boca filho da puta”, “fica quieto idiota!”, “cala a sua boca!” e o sujeito começou a responder pra todo mundo e a coisa começou a ficar feia... e quando o metrô foi parando do meio do vagão sai um cara empurrando todo mundo e ao chegar junto ao molestador deu tanto murro neste e ao abrir a porta o molestador foi expulso aos empurrões e vários chutes caindo na plataforma com a maior cara de assustado...o agente da estação assistindo a cena solta a máxima: “-calma gente...o que é isso?...”.

Trem: Linha D, estação de Mauá...ao parar nesta estação o contingente de passageiros é estupidamente numeroso e desta vez eu estava próximo a porta onde o ar condicionado não funciona muito bem próximo as portas e segundos antes de parar em Mauá alguém estava com o corpo estragado pois soltou um flato daquele bem podre...gás tóxico, ultra estragado, abre-se a portas uma senhora foi empurrada para entrar e com uma cara de dor devido ao empurra - empurra com os olhos esbugalhados a feição da tiazinha transfigura-se rapidamente ao sentir o cheiro de ovo podre misturado com esgoto, e quem estava atrás quase voltaram para traz, foi uma gritaria : “- Enterra que esse já morreu...” , “ – Ai credo que gente porca”, “-Isso é vida?” e outras inúmeras frases inúteis que não adiantariam de nada.

Esse vídeo abaixo é da Índia, onde o povo sem cerimônia nenhuma acessam a plataforma calmamente...mesmo sabendo que a metros dali um trem aproxima-se a 200 Km/h!!!

domingo, 12 de outubro de 2008

Sonhos...

Sonhos... quem nunca sonhou e acordou rindo ou chorando ou então todo suado e as vezes por que não aliviado?
O sonho é um dos maiores mistérios da humanidade, sejam premonitórios ou algum aviso ou até mesmo...uma viagem no tempo!

E é sobre a viagem no tempo que pretendo escrever desta vez, mas não sobre as chatices das leis da física e as impossibilidades que esta nos impõe.

Por 2 vezes eu consegui viajar no tempo passado em sonho e contarei resumidamente aqui, e o incrível foi lembrar de tantos detalhes.
Nos sonhos sempre necessitei de algum objeto ou artifício para tal proeza foram mais ou menos assim:

Primeiro
Andando pela rua tocou o celular no bolso e estranhei pois era um baita bitelo pesado e grande, era um daqueles tijolões Motorolas de 98 com display em luzes alaranjadas e no display aparecia o número 1987 chamando e apertei a tecla para atender e em questões de segundos já estava em outro lugar, um baita susto e percebi que as pessoas estavam com roupas de outra época e em frente a uma loja de discos ouvia "Bizarre Love Triangle" do New Order, olhei em volta com mais atenção e vi os carros, objetos, estava em outro tempo em 1987!
Com tal objeto nas mãos teclei 1977 (tentando retornar mais 10 anos) e no display apareceu "No Signal" e começou a tocar uma baita música alta e acordei com meu celular Siemens A50 despertando, era hora de levantar e trabalhar.

Segundo
Atualmente uma das formas de relembrar o passado além das músicas são os vídeos do Youtube e também sonhei com isso:No sonho, pesquisando sobre bandas do passado que sumiram da grande mídia, na lateral dos vídeos relacionados vi uma foto minha de alguma situação e cliquei...para minha surpresa era um vídeo de minha memória de acontecimento passado com datas antigas desta vida e fui escolhendo outro e outro conforme digitava a data do ano escolhido retrocedendo datas até a infância, foi o máximo e decidi digitar 1968, um ano antes do meu nascimento e o bizarro começou a acontecer...a tela do computador começou a crescer imensamente e creceu tanto do tamanho de uma tela de cinema e começou a fragmentar-se em enormes quadrados e nos intervalos dos quadrados as frestas distânciaram-se de si e nas frestas vi o espaço absoluto do universo e várias estrelas e galáxias, um silêncio absurdo poderia ouvir o coração batendobem rápido e eu estava cercado por tudo isso e em frente uma grande luz aproximou-se e crescendo cada vez mais e acordei. Ainda com os olhos fechados percebi que a grande luz era a luz do dia batendo no meu rosto no quarto, já era dia. Acordei assustado.

Me pergunto todos os dias, de que são feitos os sonhos? Outra dimensão? Saimos por ai por horas e horas e nem acordamos cansados? Como pode? Um dia gostaria de entender sobre isso ou melhor respostas sobre isso.

Assista abaixo em som imagem um pouco sobre o que escrevi acima.

Lycia - From foam

domingo, 5 de outubro de 2008

Dezembro Oi!


Dezembro Oi!
Em um determinado sábado de dezembro de 1987 não encontrei nenhum punk no bairro (naquele tempo ninguém tinha telefone fixo pra combinar qualquer encontro) e segui sozinho pro 4º Centenário e no caminho encontrei com alguns punks e me chamaram pra ir no Dezembro Oi! organizado pelos Carecas da Zona Leste, com bandas Punks e Oi! (Não quero aqui cansar vocês explicando sobre o movimento dos carecas ou sobre o som Oi!, talvez outro dia...) que aconteceria no bairro Sacomã, (inclusive foi até anunciado na 89fm e desafiavam na propaganda se você tinha coragem de ir...) na hora descartei completamente tal evento comprimentei a todos e insistiram muito que fosse mas decidi seguir caminho pro 4º Centenário.

Chegando no 4º Centenário havia poucos punks e chegou uma punk amiga nossa ofegante (parecia integrante das Mercenárias) perguntando pelos punks que iam ao Dezembro Oi! -Acabei de encontra-los lá próximo ao Imperador, disse à nossa amiga. Ela implorou quase de joelhos pra irmos pra lá, ela queria muito, mas muito mesmo de ir ao Dezembro Oi! O que uma mulher não pede chorando que um homem faz sorrindo? coração mole que tenho...vamos nessa então vamos ver o que rola nesse Dezembro Oi!

Ao chegarmos no ponto inicial do ônibus estavam todos os punks ainda no fundo do ônibus e estes nos receberam com uma puta gritaria e euforia AAAAAAEEEEEEEEEEE!!!!e seguimos rumo ao Sacomã, precisamente para Vila Carioca.

No segundo ônibus encontramos alguns carecas conhecidos dos punks do Centenário e chegamos ao nosso destino. Naquela noite estava um pouco frio e eu vistia o meu sobretudo preto rasgado com minha marca "registrada" desenhada nas costas, os 3 pregos cruzados formando o "A" de Anarquia rodeado com um aro desenhado com arame farpado e escrito logo acima "Detritos Putrefatos", fui revistado na entrada e vi vários carecas na porta comentando entre eles sobre o meu sobretudo e dentro do evento vários amigos meus punks disseram: "- os carecas na porta pagaram mó pau pro teu sobretudo", fiquei meio surpreso e mais tarde descobri o que causou tanto comentários...

Ao chegarmos rolava o som da banda "Devotos de Nossa Senhora Aparecida" conhecida por ser a banda que revelou o ex-VJ da MTV, Luiz Thunderbird e o som "psychobilly". Achei muito bizarro aquele cara grandão e magrelo com um puta queixão suando em bicas e tocando muito, mas sem muito ânimo por parte da platéia...terminaram e começaram as bandas punks, começamos a agitar o pogo na moralzinha afinal a festa era dos carecas e estes próximos das paredes com os braços cruzados e cara de bravo...os carecas chegaram perto de mim e um deles se aproximou e perguntou bem próximo do meu ouvido: "-Ei, foi você que pixou Detritos Oi! no muro da Radial?" De imediato respondi sem gaguejar: "- Não! eu sou da zona leste, esses caras que pixaram são zona norte, nem conheço..." Convencido da resposta ele disse para curtir a festa e deu as costas e apontou com o polegar pra baixo como que dizendo aos demais: Deixa o cara, não tem nada haver...aliviado e com a adrenalina já em todas as células até tirei o sobretudo de tanto calor...

As bandas punks acabaram as apresentações e começaram as bandas Oi! dai foi a vez dos punks irem parar nas paredes...o pior que com uma baita sede, você comprava um copão de chope e metade caia no chão pois os carecas esbarravam direto, um porre no outro sentido...dai subiu ao palco a Banda "Dose Brutal" e quando começou a tocar "Carro Bomba" os carecas enlouqueceram, parecia o hino dos caras os esbarros começaram a ficar insuportáveis e decidimos ir embora...uma longa jornada de volta, um baita frio, com fome e sede (tudo fechado tarde da noite) mas satisfeito por estar vivo e conseguido pegar o último ônibus de volta pra querida Zona Leste.

Abaixo um vídeo sobre o Dezembro Oi! de 1994.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Quando conheci os DARKS


1988 - Outubro.

Quando no 4° Centenário o tédio estava tomando conta do lugar, a alternativa era migrar para a Vila Formosa, especificamente para a Praça Eduardo Cotching, no Bar do Chico, onde as doses dos destilados eram baratos e o Chico tocava nossas fitinhas K7 gravadas em casa mesmo e os papos rolavam noite afora...Num certo domingo passaram na praça os "Morcegões" (era como chamávamos os Darks e eles nos chamavam de Podrões) e duas Darks eram amigas de algus punks, daí perguntamos: - E ai? Onde vão? –Ah, vamos tomar vinho lá no "Formosa". – Podemos ir também?- Compra mais vinho ai e vamos embora...Compramos algumas garrafas de vinho barato (nem lembro o nome) e fomos lá no "Formosa" e eu ingenuamente pensei que o "Formosa" era algum bar, boteco, bimboca, sei lá o que e ao chegar no local tratava-se do CEMITÉRIO DE VILA FORMOSA!


Na época eu pouco sabia da cultura Dark e seus hábitos, mas vamos lá...no cemitério a noite é um silêncio assustador misturado com uma paz sem igual e de longe (apesar da escuridão clareada pelo luar) avistamos pessoas andando pelas ruas internas do cemitério...eram mortos ou vivos? Na verdade os Darks explicaram que eram os mendigos que dormiam lá a noite e tinham medo dos Darks, distanciando-se destes na medida do possível. Nos papos rolava uma grande discórdia por parte dos punks ignorantes sobre o termo pós-punk, nós não entendíamos ao certo o que era isso e as bandas The Cure, Siouxsie, Echo e Sisters, achávamos que de sonoridade punk não tinha nada e "Pós" então...piorou, daí o papo desviou para os locais que os Darks curtiam: Madame Satã, e outros diversos que não recordo, mas lembro que o termo "gótico" nunca havia ter escutado naquela época, enfim...acabaram as garrafas de vinho, já havia gente rindo a toa e a abelha já havia picado a língua...jogamos as garrafas na grande lixeira da entrada (respeito aos mortos é claro) e passei a conhecer um pouco mais sobre os Darks e a tolerá-los mais quando estes passavam na praça.


Por incrível que pareça, talvez pelo foco, começamos a encontrar mais darks no nosso bairro e as festinhas de aniversários começavam a convidar os punks e estes mais "comportados" sempre iam com uma fitinha no bolso da jaqueta e quando rolava um punk-rock, a molecada agitava o pogo juntos, mas quando começava o hard-core, as paredes eram o limite...nos sentíamos uns extra-terrestres, todo mundo na festa olhando curioso e risadinhas tímidas...bebida de graça? pode rir a vontade!!!


No outro final de semana sempre alguém da festa se aventurava a sair conosco mas era a primeira e única vez, sumiam... Outro dia conto a despedida do movimento punk da minha vida.

Na década de 90 comecei a curtir o tal "Pós-Punk" e suas letras profundas e sombrias...o som "Etheral" gosto até hoje, talvez mais que o som punk.

domingo, 28 de setembro de 2008

Morrissey Cover

Conheci o site DarkSP por acaso, mandei um texto sobre o Bauhaus e de tanto comentar o Flávio Richards convidou-me para escrever na Coluna Matéria e Especiais e assim o fiz atualizando-o com biografias de bandas interessantes. Ao ver uma foto de uma amiga entre dois rapazes lembrei imediatamente deste site pois em “Colunas” existe a entrevista (vide abaixo) sobre “o” cover... amigos e amigas: Morrissey Cover.

Entrevista - Morrissey Cover
Amizade, essa é a química que move Beto (Roberto de Carvalho) e Marco (Marco Rimes) e fazem do Morrissey Cover uma das melhores apresentações ao vivo da cena alternativa paulista. A semelhança física de Marco é apenas parte do espetáculo, sua voz e interpretação também são impecáveis e nos remetem ao maior inglês vivo já num primeiro momento. Beto por sua vez toca e grava em sampler todos os instrumentos (baixo, bateria e teclado) além de guitarra ao vivo no show, também é Beto quem prepara todos os instrumentos para que o som seja passado. Chegaram a pagar para tocar em alguns lugares no início e ambos concordam que não existe um espaço com uma estrutura realmente boa para que possam tocar, mas existem algumas casas por qual passaram as quais consideram as "preferidas".

Numa conversa bastante descontraída, os dois (que esbanjam simpatia como não poderia deixar de ser) falaram ao Dark SP sobre o respeito por parte do público, preferências musicais e claro, Morrissey. A entrevista você confere agora:

Dark SP: A maioria de nossos ouvintes conhecem bem o som dos Smiths, porém nem todos conhecem a carreira solo de Morrissey, que álbum vocês recomendariam para que passassem a conhecer?
Beto: “Vauxhall and I”Marco: “Suedehead” a Coletânea

Dark SP: Esse o acima citado é o preferido de cada um?
Beto: “Falando de Morrissey Vauxhall and I é um álbum muito forte. Porém acho difícil me decidir por um álbum. O álbum que realmente fez eu me apaixonar por música foi “Hatful of Hollow” dos Smiths.Marco: Acho que “Vauxhall and I” realmente é muito forte, e gosto muito de “You Are the Quarry” também. Eu comecei a ouvir Morrissey primeiro, adicionamos músicas dos Smiths às nossas apresentações porque o Beto que sugeriu.

Dark SP: You Are the Quarry é sem dúvida um belo ábum, vocês o consideram o mais importante da carreira de Morrissey?
Beto e Marco: Achamos que é o álbum mais importante da carreira dele sim, achamos inclusive que é um reconhecimento por toda a sua obra.

Dark SP: Pior ábum de Morrissey não existe, mas qual vocês consideram o de menor expressão? Se é que esse existe.
Beto: Não acho a versão estúdio de “Kill Uncle” muito legal, mas gosto das músicas desse álbum quando tocadas ao vivo.
Marco: Embora eu o considere o álbum de menor expressão, eu gosto de “Kill Uncle”

Dark SP: "Oye Esteban" passou pelo Brasil em 2000, naquela oportunidade o último disco do artista era "Maladjusted" de 1997, álbum que não teve muita divulgação da mídia e ainda assim o Olympia ficou lotado (conferi o show do dia 3), alguns que lá estavam se decepcionaram por não terem ouvido "hits" dos Smiths (não entendo até hoje porque!!) vocês acharam que faltou alguma canção no set list? Essa insatisfação por parte do público se devia a rádio que colocava vinhetas com músicas do Smiths para divulgação?
Beto: Fiquei triste no dia 3 (03/04/2000) pois esperava ouvir “Alma Matters” e ele não tocou, já no dia 4 (04/04/2000) foi a segunda música do set list fiquei bastante feliz. Quanto ao público, acho que a Rádio teve culpa sim pois realmente usaram músicas dos Smiths para divulgação.
Marco: Com certeza a rádio de forma errada e desesperada foi a responsável por determinadas pessoas terem se decepcionado. Adorei o “set list” dos dois dias, não acho que tenha faltado nenhuma canção, acho na verdade que faltou sensibilidade e principalmente raciocínio por parte de alguns desinformados a respeito da “pessoa” Morrissey. Para mim todo show foi como deveria ser. Se fosse hoje, algumas pessoas sairiam mais satisfeitas já que atualmente ele toca hits dos Smiths. Quantas vezes temos coragem de ser nós mesmos? O Morrissey é assim!!!

Dark SP: Morrissey não vem tocar por aqui esse ano, mas os Pet Shop Boys tocarão no próximo dia 08, vocês irão assistir ao show? Afinal eles (os PSB) tiveram um projeto paralelo com Johnny Marr ex- Smiths e Bernard Sumner do New Order, o "Electronic". Vocês curtem o som do Electronic?
Beto e Marco: Não vamos pois os ingressos estavam esgotados, somos fãs de Pet Shop Boys gostamos muito de Electronic também (Beto cita Disapointed entre as preferidas).

Dark SP: Vocês ainda ensaiam com frequência?Beto: Ensaiamos “cada um na sua” depois apenas nos reunimos para passar o som. Eu gravo em sampler os instrumentos (baixo, bateria e teclado) depois o Marco vem e a gente grava com a voz. As vezes eu ligo pro Marco e falo: “Ensaia “Bigmouth strikes Again” na versão do “Rank”. (comenta entre risos)
Marco: Eu falo para o Beto: “Estou aqui trabalhando” depois a gente se reúne. Na semana em que tem show marcado ensaiamos como maior freqüência para que tudo saia ok.

Dark SP: Já incluiram canções do novo* álbum (You Are the Quarry)nos Shows? Quais?
Beto e Marco: Já incluímos sim, em nosso “set list” já são apresentadas America, First of the Gang to Die e Let Me Kiss You. A gente já tocou e toca também muitas canções pouco conhecidas como “Ambitious Outsiders”

Dark SP: Vocês não pensam em tocar algo de vocês? Marco você escreve?
Marco: Eu tenho alguns pensamentos e coloco no papel sim, porém acho estranho cantar em português, ainda não é nossa praia, mas tudo na vida nos pede que uma porta seja aberta...
Beto: Eu já recebi algumas letras e coloquei cifra mas nada de concreto ainda foi feito.
Dark SP: Marco, e porque não compor em inglês?
Marco: Meu coração pede para que eu componha em inglês, então eu não apenas penso mas sinto isso batendo dentro de mim.

Dark SP: Vocês são uma dupla, porque não uma banda completa?
Beto e Marco: O problema é que somos muito exigentes, não admitiríamos qualquer músico além de que outros músicos na banda poderia quebrar o ótimo clima que temos enquanto dupla.
Dark SP: E bandas "novas"? O que vocês curtem fora Morrissey?
Marco: Cara, gosto muito de Suede, Starsailor (nesse momento coloca um CD da banda pra gente ouvir), quando cito White Stripes, Marco diz gostar da banda também, e ainda diz: “ O Morrissey que me perdoe mas eu adoro Radiohead”.
Beto: Gosto muito de Elton John, Coldplay pra citar algo que está na mídia e Pulp.Os dois ainda condenam o FM mas absolvem a Brasil 2000 e a Kiss FM Nota: Nosso site está de pleno acordo com os dois por isso em nossos “LINKS” constam links para essas duas rádios.

Dark SP: Recentemente vocês lançaram um site que já consta em nosso site como link de acesso (visite “Links”) falem um pouco sobre isso.
Beto e Marco: O site foi feito pela Gisele, ela acompanha nossa carreira desde o início, atualmente ela mora na Inglaterra e de lá nos pediu algumas fotos e que escrevêssemos algumas coisas sobre a gente para que o site fosse criado. (Um dos vídeos que se encontra disponível no site para ser baixado, foi gravado no casamento da Gisele). Ela é responsável por toda manutenção e futuras atualizações do site.

Dark SP: Algumas pessoas não acham importante o trabalho de uma banda cover. O que vocês pensam disso?
Marco: Acho que as pessoas tem muito respeito por nós, algumas inclusive se sentem intimidadas ao trazer flores ao show por exemplo. (Fato muito comum nas apresentações de Morrissey).

Dark SP: Por falar em público, quais os lugares mais legais que vocês já tocaram?
Beto e Marco: Já tocamos em muitos lugares, mas gostamos de ter tocado no Madame, gostamos daquela casa de Santo André o ... Haus Club (fechou) e o Front.

Mais informações, downloads de músicas, fotos e datas de shows do Morrissey Cover vocês podem encontrar no site da dupla: http://www.morrisseycoverbr.dsl.pipex.com/
Nota* : Quando houve a entrevista, não havia sido lançado o "Ringleader of the Tormentors"ainda.
Fonte: http://www.darksp.com.br/colunas.html
Confira o vídeo abaixo: Morrissey Cover BR - This Charming Man
(Gravado no Manchester English Pub - 07/07/07)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Blade Runner

Eu sei que existem milhões de opiniões sobre esse filme, mas quero neste espaço, escrever como conheci, assisti e o que gravei na mente e coração sobre este maravilhoso filme.

Em 1989 numa apresentação especial, consegui assistir no Paramount da Brigadeiro Luis Antônio o filme Blade Runner. Fiquei dias pensando sobre a história e as metáforas escondidas no filme e ao passar dos anos (assistindo mais vezes) fui percebendo a paisagem, a cidade, a civilização. É sobre corrigir o nosso presente, sabendo o que aconteceu no passado. E por isso o futuro é usado, por isso a ficção científica é chamada. O futuro dá ao espectador a distância necessária em relação ao que ele é suposto “ver”. Praticamente todos os filmes de ficção científica tentam prever uma cidade completamente nova baseada no que é “futurista” no momento da criação do filme, de obras-primas visuais como Metropolis a versões comerciais de um mundo futuro perfeito. Ridley Scott propõe uma cidade que já exista e nós chegamos ao futuro através do presente, o nosso presente, e isso liga-nos ao que vemos onde o tempo futuro nos dava distância.

Num ambiente , caótico, que faz tremer, não porque é escuro e chuvoso, mas porque é numa cidade que já existe, em edifícios com mais de 100 anos, um ambiente “Noir” e Rachel...uma replicante que não sabe o que é, tem uma beleza clássica, o jeito que anda, fala, toca piano, tem memórias...Deckard, é o observador e juntos a ele vamos acompanhando sua vida transformar-se na eternidade relativa e os 4 anos de vida dos replicantes em apenas uma pequena passagem na realidade, curta, porém intensa...”De onde viemos? Para onde iremos? Quanto tempo me resta?"...

O que mais me chamou a atenção foi a metáfora sobre os replicantes que na verdade somos nós...de termos noção do quanto o tempo é precioso, e 4 anos pode ser muito tempo...se bem usado. “...todos esses momentos serão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva”, diz Roy, o personagem de Rutger Hauer. Isto refere-se a conservar a memória para a eternidade, seja a eternidade o que for. Essa cena sempre me leva as lágrimas, não tenho como segurar... (lá abaixo veja esse trecho legendado).
Homem reflete-se na sua criação, as suas imperfeições, mas também as suas qualidades, aparecem naquilo que ele cria. Assim, ao decorrer do filme, acabamos por mudar a nossa opinião sobre os replicantes, de sentimento de ameaça a empatia, de desejo de eliminar (por instinto de sobrevivência) a desejo de abraçar e logo acabamos por sentir o vazio pela sua perda. É nesse ponto que os replicantes se tornam homens, que nós sabemos que não se fala aqui de robôs, mas de nós próprios. “que pena que ela não viverá! Mas quem vive?” esta é a frase final, de Gaff, personagem de Edward James Olmos, ou seja, nada vive para sempre, criação ou criador. Apesar de tudo, enfrentar a inevitabilidade da morte não impede Deckard de correr para a vida, ou os replicantes (nós) de tentarem viver.

A trilha sonora é perfeita...o tecladista grego Vangelis dá um toque especial em suas composições diferenciadas, combina perfeitamente com todo o filme, uma vigem sonora...e aliás ao escrever este texto estava ouvindo a trilha sonora inteira e me inspirou um pouco...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

30 Punks contra uma Vila!


Junho de 87, terça-feira, estávamos no estacionamento lá na rua como de costume, jogando conversa fora e eis que chega nosso amigo punk indignado: -Aqueles surfistas filhos da puta do "Madalena"(Parque Santa Madalena, Zona Leste) levaram uma comigo e me proibiram de passar por lá e avisaram que se algum punk filho da puta passar por lá vão estourar na porrada quem quer que seja!!! Ouvimos aquilo como a maior ofensa até então, pois os punks da Zona Leste andam em qualquer bairro da Zona Leste, pois havia uma certa irmandade entre todos os punks da Zona Leste e não tinha essa de não poder passar naquele ou bairro tal, a adrenalina invadiu meu corpo, a fúria anarquista tomou conta de todos e despertou nossa ira com essa "ordem de proibição", nossa gangue era de apenas 6 punks e combinamos de sexta-feira comunicar o fato aos punks do Centenário pois tal proibição não existia na Zona Leste, nem tão pouco de surfistinhas ditatórios do caralho!!!

Na sexta-feira seguimos rumo ao 4º Centenário e encontramos uns 14 punks (inclusive uma visita de uma mina punk da Vila Mariana e nos acompanhou) explicamos a situação e seguimos ao "Madalena" com o objetivo de confrontar os surfistas ditatórios. Vasculhamos todos os bares, butecos, lanchonetes e bibocas do local e não encontramos um sequer a não ser um moleque andando de skate no grande half de madeira construído pelos surfistas ditatórios e os skatistas locais. Perguntamos se o moleque conhecia o "tal" surfista e este responde positivamente e um recado foi dado ao "tal" surfista que no sábado retornaríamos e queremos saber mais sobre essa parada de proibição de circulação de punks naquele bairro e como sinal que o assunto era "sério" destruímos a machadadas, chutes, pancadas, pauladas o grande half, tombamos e quase o queimamos, o moleque assistiu a tudo sentado no skate com a boca aberta indignado do que acabou de assistir ( foram necessários 5 minutos para destruir o grande half, uma grande estúpidez hoje penso sobre isso, mas era o que rolava...).

No sábado 30 punks (24 do Centenário e 6 do nosso bairro) seguimos armados de punhais, machadinhas, eu com meu soco inglês de acrílico transparente, pau, pedra, rumo ao "Madalena". Ao chegarmos uns moleques skatistas (putos com a gente e querendo mais é ver o circo pegar fogo) disseram que o "tal" surfista estava na quermesse (festa da igreja católica) e para lá seguimos. Um dos nossos punks falando bem alto explicou de olho no olho quase que encostando nariz com nariz com o "tal" surfista que ali não seria o local ideal para "conversar" e explicou o nosso motivo da tão desegradável visita e o "tal" surfista concordou ( não havia escolha...) e seguimos rumo ao local onde o grande half estava tombado e destruído ( já estava todo pixado com dizeres "punks filhos da puta!!"), quando para nossa surpresa os 30 punks estavam caminhando em um lado da calçada e os surfistas (uns 10 ou 15) do outro lado, porém ao olhar para traz...a Vila inteira estava logo atrás parecia uma procissão religiosa (na verdade acredito que toda a molecada que estava na quermesse foi assistir a treta ou ajudar sei lá).

A roda foi formada, os 29 punks em volta, os surfistas e toda a multidão assistindo na ponta dos pés logo atrás e o punk (o do diálogo inicial) grita: "- Não entra ninguém na treta, se entrar um só que seja todo mundo entra na porrada, se mata os dois ai cão!!" . Meu amigo soco inglês de acrílico transparente já estava na minha mão direita com fome de rosto e a adrenalina em todas as células pronto pra explodir a fúria punk e assistindo a briga do punk com o "tal" surfista, não dava para saber quem estava levando a pior pois ambos tinham o mesmo porte físico (magrelos) e havia uma certa alternância de quem ficava por cima ou por baixo e do nada numa casa uma velha abre com tudo a janela da sala e grita: "- Ôôôô seus moleques filhos de uma puta, seus arrombados, chamei a "puliça" pra "vocêis" cambada de vagabundos, vai brigar lá "nas putas que os pariuuuuuu" não agüentei ri muito...mas logo em seguida vi de longe as luzes vermelhas e azuis refletindo nas paredes da esquina, era a PM...a multidão começou a correr de um lado pro outro, uma puta zona e caos tomou conta do lugar, os surfistas saíram puxando o "tal" surfista e correram juntos com a multidão, só que a viatura não conseguia atravessar e chegar até nós e saímos andando normalmente e escondendo e muquiando "as armas" nas árvores e próximos aos sacos de lixo nas ruas e após a certeza da policia ter vazado pegamos de volta e fomos embora com a certeza de que punks continuariam a circular naquele bairro chamado "Parque Santa Madalena" e em qualquer outro da Zona Leste como sempre o fizemos.

Conclusão: O punk que brigou com o "tal" surfista não gostou de não entrarmos na treta e decepcionado com isso parou de andar conosco mas aprendeu uma lição: gangue não é pra ficar levando uma, pois tretas sempre seriam resolvidas no mano a mano mas...se apenas um adversário entrasse, todos os punks entrariam e a porrada ia correr solta e feia e meu soco inglês trocaria a transparência pelo vermelho sangue.

domingo, 21 de setembro de 2008

De Raspão...


Sábado, agosto de 88, ela preparou-se para aquela noite como uma noite qualquer, camiseta preta (deixando amostra suas tatuagens nas costas e ombro), saia preta, casaco, bota, maquiagem (bastante maquiagem e o inseparável batom roxo), juntou-se a sua amiga e partiram rumo ao Projeto Leste e mais um festival Punk com: as principais bandas: Mercenárias, Inocentes e Cólera. (as anteriores não lembro estava chapado). Percebeu no meio da multidão um punk simples de sobretudo preto, gel no cabelo e camiseta do The Exployted e troca de olhares constantes...e foi se aproximando meio que magnéticamente o mais perto possível, mas seu namorado chegou e o polo oposto a trouxe de volta...mas o punk a percebeu...e gravou em sua memória o seu rosto.

Outro final de semana chegou e outra festa chegou, todo o ritual novamente e a tal festa foi um fracasso, vamos a outra festa e seguiram de ônibus as 3 amigas e seu namorado punk, qual foi a surpresa o tal punk do Projeto Leste entrou no mesmo ônibus retornando da Vila Formosa e por incrível que pareça ele conhecia seu namorado punk...e este o convidou a acompanha-los a tal festa...por que não? Tratava-se de um aniversário de um amigo do namorado punk...comes e bebes e muita conversa jogada fora e no toca-discos um lado inteiro de Ramones e dance quem quiser... o namorado punk cansou-se e foi sentar mas ela queria dançar mais e puxou o Punk do Projeto Leste para dançar ao som New Wave do B-52 “Monster” e o fez de maneira mais próxima possível esbarrando constantemente e propositalmente, mãos na nuca dele, cabelos entre os seu dedos e aproximando-se cada vez mais com grande alegria até a chegada do (se ligou no movimento...) namorado punk, fim de festa e todos foram embora rumo ao 4º Centenário, exceto o Punk do Projeto Leste, cujo rumo seria um pouco adiante dali.

Outro final de semana chegou, precisamente na sexta-feira e não havia tantos punks na praça somente 2 e justamente um dele era o Punk do Projeto Leste, ela estava no Bar e o viu lá fora e o foi o comprimentar com um rápido beijo na boca e fez um pedido quase que implorando: Minha amiga está mal e vamos leva-la pra casa, volto daqui meia hora não saia daqui heim!!! Meu amigo punk viu a cena toda e sabendo quem era seu namorado me alertou sobre o que acabou de ver e eu simplesmente soltei: Quem não dá assistência...perde pra concorrência! E ficamos conversando e bebendo na praça a espera de seu retorno, conclusão, o bar fechou, todos foram embora, inclusive meu amigo punk e segui de volta rumo à minha casa acompanhado com minha velha solidão de todos os dias...e nunca mais nos vimos exceto em 1996 no Metrô onde ela entrou na Vila Mariana, me olhou nos olhos 2 vezes mas não me reconheceu e sem coragem de reencontrar deixei prá lá.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Punk na praia?




Verão de 1988. Feriadão, nada pra fazer, de boa...eu e meu amigo "Japa" decidimos seguir para a praia e ficar no apartamento de um vizinho nosso que o alugou para o feriado.
Enfim, descemos a serra de "busão" e após 1 hora e meia de viajem,chegamos até o tal apartamento, fomos bem recebidos, nos acomodamos, trocados, nosso vizinho já quase berrando:
- Vamos logo, aqui em frente tem uma barraca que faz uma caipirinha de tirar o chapéu!!
Depois de desfazer as mochilas, descemos pra conhecer (e degustar) a tão famosa caipirinha.
O sol já estava bem forte (10h30) e a sede era o tempero ideal para a ocasião, o nosso vizinho e seu Ray-Ban (aquele modelo caçador) todo sorriso e seu sotaque carioca nordestino:
- O Zé, solta duasx caipirinhasx de Vodka prosx meninosx aer!!he!he!he
Pensei que era uma daquelas caipirinhas horríveis com vodka barata, aquele maracujá super azedo e dois quilos de açúcar no fundo,naquele copinho descartável de plástico com um palito de sorvete pra mexer...mas qual não foi nossa surpresa!! Uma super bem elaborada caipirinha um copo grande de vidro com bastante gelo, maracujá, vodka(smirnoff) e leite condensado...que show, estava parecendo um milk-shake. O problema da Vodka é que misturada com frutas ou refrigerante, o gosto característico é quase nenhum e então saboreamos um copo cada um (que já deixa bem balão) como se fosse um suco e o nosso vizinho solta outra:
- O Zé, solta maisx duasx que osx meninosx gostaram, he,he,he.

- Não cara, estou a pampa (diz o Japa já rindo a toa).

- Qué isso cara? Nem começou e já tá parando? (nosso vizinho em gargalhadas e um puta bafo de onça depois de matar 3 garrafas de cerveja sozinho).
O jeito foi tomar o outro copão de caipirinha e ouvir as piadas do nosso vizinho onde o Japa gargalhava tanto que metade da caipirinha ia derramando do copo.
Depois decidimos dar um mergulho pra aliviar a "brisa" da caipirinha, tentativa essa frustante pois as ondas batiam nos nossos joelhos e caiamos, sem condições nenhuma de ficar em pé, daí, lancei:
- Putz Japa, tá embaçado, vamos sair.

- Cara, tô mau, essa caipirinha tá subindo igual foguete, tá tudo rodando...tá foda!!
E na praia comecei a observar o movimento e quando olho pro lado, qual foi minha surpresa, o Japa estava deitado numa esteira de palha e nem sabia de quem era, talvez a dona estaria na água e eu disse:
- Japa, sai dessa esteira cara, vai chegar a dona e vamos arrumar pra cabeça!!
O Japa já estava deitado de bruços com os braços cruzados servindo de cabeceiro e começou a dar uns trancos daí só vi o caldo verde escorrendo pelos lados, nossa, o cara tava vomitando, era só caipirinha com suco gástrico, absorvidos pela areia, que bizarro!!! Fui puxar a esteira pra não suja-la qual foi minha outra surpresa, a esteira rasgou no meio e fiquei com a metade na mão e a outra metade embaixo do Japa, toda melecada de vômito e areia, PQP!!!
Finalmente o Japa depois da vomitada , conseguiu levantar e decidimos subir pro apartamento pra dar um tempo e ao chegar no elevador eu estava acionando o botão do andar correspondente e quandome viro outra surpresa desagradável, o Japa agachado com a bermudaabaixada soltando o maior barro, que fedor!!! E o cheiro? Nooooossa não via a hora de chegar logo:
- Puta que pariu Japa, que merda!!! Por que não esperou chegar cara?

- É merda mesmo, não aguentei, ia fazer nas calça!!
Quando chegamos na porta do apartamento a empregada do nosso vizinho já estava na porta de saída pra descer, daí um olhou pra cara do outro e pensamos: fudeu.
Entramos no apartamento, como se nada tivesse acontecido e minutos depois aparece a empregada vesga e pálida:
- Noooooossa, gente !!!,cagaram no elevador!!, ai credo que gente porca!! E a esposa do nosso vizinho comenta:

- Deve ter sido aquele moleque filho da puta do terceiro andar, isso é a cara dele!! Eu e o Japa seguramos a risada, seguramos tanto, mas tanto, e o pior veio depois com a pergunta da esposa:
- Não foram vocês não né? Pelo amor de Deus...
E o Japa na maior cara de cínico deste mundo:
- Qué isso, quem fez isso não tem amor no coração...

- Olha lá heim!, eu vou no mercado, se sairem deixa a chave na portaria.
E quando a esposa sai com a empregada, caimos na gargalhada por vários minutos, sabe aquela gargalhada de você chora de tanto rir? de doer a barriga? Com certeza nunca esqueci este verão de 1988 e este acontecimento no mínimo bizarro.

sábado, 6 de setembro de 2008

Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembrança


Esse filme a princípio parece confuso no início, mas ao assistir na segunda vez percebi o quanto retrata o relacionamento de um homem e uma mulher, desbanca vários filmes sobre romances com finais felizes e a perversidades impostas a várias gerações no autoritarismo de amores exigentes e inflexíveis, que, arrebentaram incontáveis relacionamentos e impulsionaram a indústria dos antidepressivos, da literatura da tragédia amorosa humana e dos divãs encharcados de lágrimas – para não falar nos suicídios bem reais.
Na história do filme não temos panos-de-fundo políticos ou ideológicos, nem tão pouco frases, estúpidas, não há nem o príncipe encantado nem a princesa perfeita. Depois de algum tempo de relacionamento eles querem se ver livres um do outro (talvez num dejà-vu das histórias ouvidas sobre a ‘perfeição’ do amor), mas aos poucos se rendem, percebem que o par possível só pode ser o ser humano, fraco, indeciso, terno, bocó, único, forte, bruto, sublime, terno, convicto, genial, carente, ridículo, e por ai vai... e sem o poder de dominar a verdade pura.
O BRILHO nos mostra cruamente o quanto é importante o relacionamento entre pessoas que se olham nos olhos desde o início e, interessadas, vislumbram a possibilidade de reconhecer a outra alma, sem segundas intenções e sem beirar à pieguice, ou mesmo à inocência no seu estado mais manipulável. Sim. E não é necessário ir conhecendo o outro somente após estacionar os Audis, despir os Armanis, lavar os Chanel... . Tudo em ambientes reais onde não se vê assinaturas de grifes ou monumentos famosos, que tentavam comprar o quadro para referendar que o amor prefere lugares detalhadamente estudados. Se você perceber até os livros da livraria não apresentam nomes (aparecem todos em branco). A beleza das cenas insinua-se nos cabelos desgrenhados e mal-tingidos e em barbas por fazer, dentro de um veículo amassado. Ali a única arma de sedução é estar vivo.
O BRILHO revela também o quanto é inútil camuflar. A vida por si não propicia terreno para a mentira ou da manipulação antinatural. É impossível tentar apagar o que ficou gravado no coração. Não adianta utilizar jeitinhos de outrem para conquistar um alguém já tocado pelo outrem.
Algo que fica inexplicável, pois inexplicável é, a aceitação de ouvir um do outro o quanto se detesta certas peculiaridades e atitudes, certas manias e idéias, mas, ora, sem mais neuroses, eles querem ficar juntos.
O BRILHO é um filme que finalmente nos mostra a possibilidade de sermos aceitos e de podermos viver ao lado de outra pessoa simplesmente porque algo em nós pede. Isso é muito bom. É limpo é sincero e gerador de lembranças impossíveis de se apagar.
E no blog da designer Márcia Okida (http://okidadesign.blogspot.com/2008/03/brilho-eterno-de-uma-mente-sem.html ) ela faz uma análise interessante sobre o cartaz do filme bem como cita a música de Chico Buarque “Todo Sentimento” que coincidentemente tem tudo haver com o filme saca só:
Todo Sentimento
Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Clube da Luta!!






Nos incomodamos com aquilo que somos, e com o que não gostaríamos de ser.
Todos os dias pedimos que o cálice seja afastado, mas ao mesmo tempo o provamos. E somos, todos, crucificados... O comportamento pré-fabricado e a competição pela atenção castram a nossa liberdade criativa, até que decidimos “abrir os olhos” e romper com nossa própria identidade, deixando nossa herança genética de lado e modificando nosso estado mental.
Todos os dias nos negamos, e no que usamos para escapar do que negamos. O que nos é muito próximo, ainda que oposto, nos incomoda. Afinal, sempre é o que deixamos para trás, ou para frente. É o que negamos ter sido, ou querer ser.
O outro parece ser eu. O verdadeiro eu, durante este processo, parece o outro. E por melhor ou pior que seja o outro, por ser um outro, sempre mostrará uma nova solução, uma abordagem, uma outra válvula de escape e expressão para o que somos. Vai incomodar porque difícil é renegar e assumir a morte da nossa identidade, estática, estável de um pensamento único em prol de uma inteligência coletiva...que horror!!
Perceber a realidade que nos cerca, em certo modo e grau, é derrubar barreiras instituídas à séculos; linguagem, simbologias, mitos, costumes. A realidade nua é a simples impressão direta. Um cheiro, um contato de pele, um beijo, um murro.
Quantos contatos precisamos ter para sabermos que estamos vivos? Escondidos nas barricadas que construímos? Barricadas de pseudo-ideologias, pseudo-comportamentos? Será que conseguimos receber a proposta de um modo de vida único? Aceitar as regras de uma sociedade sem regras? Matar a vontade de existir escondido dentro das simbologias de uma cultura perturbada e desgovernada? A violência simbólica talvez seja mais intensa e destruidora que a violência nua e crua.
Isso tudo nos leva a pensar que talvez a liberdade criativa seja um mito onde devemos sempre buscar , pois enquanto isso fizermos vamos manter os nossos olhos abertos, em busca da redenção diária, negando e assumindo nossa existência em uma saga mitológica , considerando o equilíbrio entre essa dualidade de nossa existência e que todos nós possamos ter um pouco de Jack e Tyler Durden em nossas mentes e corações.
Escrevi o texto em 1ª pessoa do plural, pois essa carapuça não visto sozinho.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

O começo do fim do mundo.


O começo do fim do mundo começa agora, contarei neste espaço passado e presente desta vida cheia de atitude, amor e ódio...quem quiser que me acompanhe, quem não quiser...meus pêsames!!!

Em 1986 a então rádio rock 97 do ABC apresentava um programa chamado "Black Flag" com sons punk rock e hardcore que estavam estourando lá fora. Pronto, conheci a anarquia. Naquele tempo não existia internet e as molezas que as molecadas tem nas mão hoje, era tudo na base de revistas, fãzines e galeria do rock eram os canais de atualização.

Comecei a curtir o movimento sozinho sem influência ou embalo de alguém...numa determinada tarde caminhando pelas ruas trombei o 2 punks (omitirei os nomes pelo respeito aos caras, visto que 1 já morreu) e me intimaram com uma sabatina do movimento e passei pelo teste e me convidaram pra uma balada punk na praça, confirmando a visita.

A noite coturnão no pé, camiseta vermelha manga comprida e o simbolo da anarquia com 3 pregos formando o A e o circulo desenhado a mão com o formato de arame farpado no peito e cera no cabelo pra levantar os cones.Tudo muito estranho até então: o som estava ligado numa gambiarra dos fios puxados do poste de luz da praça. Um balde de pinga com Soda e os e as punks chegando e o pogo rolando solto, Ramones, The Clash , Sex Pistols , Inocentes , Olho Seco, Cólera, na vitrola que estava até empoeirada...a cachaça acabou as 3:00 da manhã, todo mundo podre hora de ir pra casa... a primeira noite nunca esquecemos!!