sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O Porteiro...Zé.


Quem mora em prédio sabe o quanto os porteiros às vezes complicam o que parece tão simples...às vezes nem é por sua culpa pelo motivo da cultura ou conhecimento limitado, mas quem já não passou por casos semelhantes no dia a dia:
O porteiro Zé , personagem criado em março de 2003 pelos amigos André Bernardes, André Leal, Daniel Mantovani e Ricardo Ramos onde ambos reuniram várias histórias de portarias e condensaram neste porteiro atrapalhado, uma figura.
Vou tentar amarrar uma história na outra e criar uma seqüência deste atrapalhado, mas querido Porteiro Zé e escreverei exatamente como ele fala ou seja dará a impressão que foi erro de português mas estará em itálico.
Zé levanta cedo e segue para o ponto de ônibus pois seu carro quebrou e há muito tempo não anda de ônibus. Estranhou que o ônibus estava vazio, mas perguntou ao cobrador:
- É...quanto é o preço da passagem?
E o cobrador responde de imediato:
- Agora o preço da passagem é R$ 1,70.
- R$1,70 !!! pelo amor de Deus, que qué isso é um abis é por isso queu falo pra minha esposa sempre, isso é uma é uma vergonha sabe... o trabalhador trabalha o ano inteiro e tem que pagar R$ 1,70 centavos...
- Então senhor o preço da passagem é R$1,70 centavos agora.
- Qualquer dia não vou te dinheiro nem pra trabalhar, vou ta pagando pra trabalhar daqui a pouco mais um pouquinho.
- Então mas o senhor pra poder passar tem que pagar R$1,70.
- Tó, toma cinco ai vai.
- O senhor teria 20 centavos?
- Mas eu já dei cinco! Quanto quanto que é a passagem? É um e setenta ou cinco e vinte?
- É 1,70 meu senhor mas é pra facilitar o troco.
- Hum...pera um pouquinho...pode ser moeda?
Kkkkkkkk pode ser moeda? Por acaso existe 20 centavos em cédulas?
Claro que o ônibus estava vazio...era domingo...dia de entrega da revista veja e o Porteiro Zé detestava domingo devido as confusões que revista causava.
O morador André pega o interfone e liga pro Zé:
- Alô Zé?
- É ele mesmo pode falar.
-O Zé...a revista da Veja já chegou ai embaixo?
- A Veja? Só um minutinho...(vários exemplares na frente dele...) olha, chegou um monte de Veja aqui.
- Então, a revista Veja?
- É, tem uma par delas aqui.
- Então, uma é pro meu apartamento né não?
- Deixa eu olhar, como é o número daí mesmo?
- 112
- Olha, só não tem a do 112 aqui viu? Aaaaahh eu lembrei, eu lembrei, a sua mãe pediu pra você deixar a revista Veja com teu pai que já saiu com o carro.
- Quem? A minha mãe? Zé, não é minha mãe, é a dona Valéria
- A dona Valéria falou que vai sair com o carro, pra ela vai entregar coisa pro teu pai quando ela chegar em casa de noite.
-Seu Zé esse recado o senhor já me deu quando entrei, o senhor lembra?
- Não, eu sim, mas a da revista Veja o seu pai falou que saiu com o carro com a dona Valéria que era pra você pegar a revista Veja quando chegasse em casa...entendeu? é por isso que ta faltando aqui.
- Então o senhor pode trazer a revista veja pra mim?
- Então...o recado era pra pegar a Veja...eu levo sim só um minutinho.
Meu, que confusão sem fim por causa de uma revista, informações pra lá de desencontradas.
Enfim a Dona Valéria chega e o elevador para entre dois andares e abre-se a porta...ela decide interfonar ao Porteiro Zé.
- Alô Zé? Eu estou presa aqui no elevador, o elevador ta parado!
- Ué, mas ta certo, o elevador tem que parar mesmo.
- Mas foi entre os andares, estou aqui entre o quinto e sexto, ta na metade, na parede, quebrou, me ajuda sair daqui.
-Mas de onde a senhora tá falando, quem é que tá falando?
- É dona Valéria, do 112, veja Zé, estou dentro do elevador presa!
- Aaaaaa dona Valéria..como vai a senhora? A sua Veja ta aqui sim, a senhora quer que eu entregue pra senhora agora? Eu mando o Edimilson ai.
- Zé, eu não quero a Veja, entenda, eu estou aqui presa dentro do elevador, faz alguma coisa?
- O, mais eu faço o que dona Valéria?
- Sei lá Zé, você que é o zelador...eu não entendo nada de elevador.
- Eu sei então, eu sou o zelador, eu cuido da portaria, o elevador quem cuida é o pessoal do elevador...o Edimilson outro dia tirou uma pessoa ai do elevador, mas eu não vi como ele fez, o edimilson saiu agora e só volta segunda.
- E eu vou ficar aqui presa até segunda?! Me liga então pro pessoal do elevador, pro André, pro síndico.
- A senhora quer que eu ligue pro seu filho?
- Não é meu filho, Zé me tira daqui?
Ele sempre confunde o André como sendo filho da dona Valéria mas ela é esposa e bem nova...acompanhe a próxima e última história e vocês entenderão porque a dona Valéria ficou presa.
Enquanto isso na portaria chega uma visitante e fala ao interfone com Zé:
- Boa noite, eu vou no 107. Diga a Maria Helena que Pietra Neves está aqui embaixo.
- Um minutinho. Que que essa mulé veio fazer aqui a essa hora da noite...Alô é do 107? A dona Maria Helena? É que tem uma preta neve querendo falar com ela...sim sei, ta então. Olha ela falou que a senhora pode entrar.
- Muito obrigada viu?
No hall de entrada o Porteiro conversa com a alta moça:
- É no décimo andar, mas como ela não pode atender a senhora agora, a senhora sobe e espera lá no corredor.
- No corredor? Eu Pietra Neves ficar esperando Maria Helena no corredor?
- Ééé, quando a senhora chegar lá em cima, sai do elevador, tem um corredor e tem um banquinho e a senhora fica esperando lá.
- Eu vou ficar esperando Maria Helena sentada num banquinho num corredor desse prédio? C Você ta brincando?
- O o que tem a senhora ficar sentada num banquinho?
- O problema não é o banquinho...onde é que está o elevador eu vou subindo.
- Espera um minutinho...a senhora pode ir...mas olha, a senhora vai ter que ir de escada viu? Sabe o que que é? A dona Valéria me ligou agora e ela está presa lá, já liguei pro pessoal do elevador, mas é que depois da dez eu desligo um elevador , u seu síndico falou que tem que economizar energia... e o pessoal aqui está pegando no meu pé e a dona Valéria está presa no elevador social.
- Não teria um outro elevador pra subir?
- Olha, no momento o prédio só tem dois elevador né.
Veja esses episódios abaixo, são rápidos... e você? Conheceu ou conhece algum Porteiro Zé?


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O Curioso!!!

Desde o início dos tempos o homem foi alertado para não comer o fruto do conhecimento mas em sua natureza a curiosidade fez parte de todo o sempre...parece que Deus nos deu de propósito a curiosidade como uma ferramenta para nossa evolução. Eu por exemplo sou o curioso em pessoa...mas a curiosidade tem o seu preço e já passei por poucas e boas.

Lembro a primeira vez que entrei em um motel e vi aquela cama cheia de botões e controles...comecei a testar todos mas me dei mal no primeiro botão que era do volume do rádio, estava quebrado aumentei só um pouquinho para ouvir o que estava tocando e adivinhem o rádio começou a tocar a música no último volume e o pior...o volume ficou fixo no último, girava em falso, uma música super brega da Antena 1 fm...não sabia como desligar aquilo...conclusão: arranquei o botão de sintonia e o de controle de volume e substitui o botão de volume por sintonia e sabe? Deu certo...olhei pra namorada rimos muito.

A curiosidade nossa de saber o que acontece depois da morte é muito grande também e lembro uma vez que sempre quando voltava do trabalho passava em frente da casa de uma colega de classe do antigo colegial (do segundo ano) ela era "Dark" e sempre me parava em frente de sua casa para um papo rápido e para minha surpresa a noite na escola ela combina o seguinte: amanhã quero te mostrar uma coisa mas tem que ter coragem e não pode faltar, vou levar uma amiga...a gente se encontra em frente ao número "tal" lá na rua...perguntei o que era mas ela disse que era surpresa, ok então, estarei lá conforme combinado e fui dormir curioso o que ela queria mostrar...pensamentos obscenos, seria uma nova droga? um novo som? o que seria? que curiosidade!!!

No outro dia quase noite cheguei na rua conforme combinado e lá estavam as duas me esperando e disseram:
- Vamos entrar?Olhei e era uma casa ainda em construção e respondi:
-Claro...o que vocês estão aprontando?
-Vem, vamos na sala.
Comecei a olhar em volta a casa não havia portas nem janelas qualquer um entrava naquela construção mas não aparentava estar abandonada. Olhei para as duas e tiraram um pano branco da bolsa, uma cartolina com letras e números desenhados a mão, um copo de massa de tomate e uma vela...perguntei:
-Meu, o que vocês vão fazer aqui? um despacho? vou embora, não curto essas paradas não!!!
E a "Dark" responde:
-Calma Punk, vamos falar com os mortos...é muito louco, você faz as perguntas e com apenas um dedo no copo ele vai sozinho até as letras e vai te respondendo, já fizemos outras vezes...Mas se fizeram outras vezes por que me convidaram? só no final da história vocês saberão o porque me convidaram pra participar...Fiquei observando e fizeram a primeira pergunta:
-Espírito amigo, você é homem ou mulher?A "Dark" com os olhos bem fechados e apenas o dedo indicador direito no copo com a boca virado pra baixo começou a deslizar lentamente até a letra H, quase na letra I (deve ser um Homem Idiota, pensei) dai antes da segunda pergunta (se for nesse ritmo vamos passar a noite aqui pensei) a "amiga" alertou que a Dark havia esquecido de acender a vela e assim o fez, pegou a caixa de fósforos Fiat Lux e acendeu a velinha branca (usada já havia queimado um terço) dai o mais surpreendente aconteceu...o tempo fechou lá fora, escureceu derepente, começou uma ventania enorme apagou-se a vela o vento derrubou vela, o cartaz com as letras saiu voando pela casa virou o copo e este saiu rolando e vejo um vulto enorme na porta de entrada e as meninas começam a gritar aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa o vulto diz bem alto:
-Vão meter na casa da puta que te pariu seus porras!!!Era o pedreiro que estava construindo a casa furioso pela invasão...ri tanto que minha barriga ficou doendo por horas.

Bem, pra finalizar e ilustrar o tema sobre curiosidade, veja outro trechinho do filme The Party com as consequências de ser um curioso... obrigado pela visita.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Quando batia a fome!!!

Quando era punk o único dinheiro que tinha era o suficiente para pagar o ônibus ou metrô e sobrava algum pra pagar umas biritas e comer algumas bobagens quando dava fome...e o pior que os outros punks alguns estavam desempregados e acabava sobrando pra quem trabalhava e eu era um destes que trabalhava...mas quando batia a fome e não havia dinheiro suficiente pra comprar o jeito era improvisar de alguma forma e contarei como eram essas improvisações.

Num determinado sábado estávamos na praça na Vila Formosa e o marasmo tomou conta do lugar e eis que havia uma festa de casamento num salão de festa próximo a praça daí um dos punks lança uma idéia no mínimo absurda: Vamos entrar na festa de casamento? Os punks olharam um pra cara do outro e começamos a rir...dai o punk que fez a sugestão enfia a mão nos bolsos e mostra várias coxinhas da festa e começa a come-las kkkkk, perguntamos se ele conhecia o noivo ou a noiva e ele disse que não...no fim decidimos entrar...o noivo um rapaz novo fez questão de cumprimentar todos os punks (estávamos em 8 ou 9) e disse:
-Fiquem a vontade, pode beber e comer, vocês são meus convidados (e ele nem estava chapado ainda) mas seu rosto era de felicidade total e até tirou foto (como queria ver essa foto) com os punks, o casal no meio e noiva mostrando o dedo do meio, aposto que ela tiraria do álbum depois...enfim...tomamos mais ou menos 2 copos de chopps quente cada um e várias coxinhas encharcadas de óleo...mas com a fome e a sede estavam deliciosas...

Havia uma padaria e sempre compramos pão e mortadela mas na hora de pagar havia uma fila enorme e ia saindo um a um, cada um levando o pão, outro a mortadela e no fim saia da fila e não pagava nada...havia uma pizzaria e o amigo garçom sempre liberava uma pizza frankstein de clientes que nem tocavam na pizza, naquele tempo não existia as facilidades de Habibs e Mc Donalds (hoje vejo a molecada com camisa de Ramones em Mc Donalds aos montes) reustaurante? Esqueça não pertencia ao mundo dos punks...Outro dia anos depois já fora do movimento punk, fui num almoço de negócios e cometi uma gafe estranha...terminei o almoço e joguei o guardanapo dentro do copo e depois conversando esqueci deste detalhe e encheram o copo novamente e bebi sem olhar pro copo e qunado o guardanapo bateu nos lábios lembrei dele, daí me disseram: - O que é isso no seu copo? Kkkkk. Na hora lembrei do filme Convidado Trapalhão (The Party) de 1968, dublado em francês, nem precisa de saber o que estão falando, as imagens falam por si só...onde um cara é convidado por engano numa festa de grã finos e como escrevi sobre a festa acima e sobre comida, assista abaixo os 10 minutinhos quando o jantar é servido por um garçom ultra bêbado e a classe dele ao servir a salada PQP!!!

domingo, 4 de janeiro de 2009

A última noite punk.


A última noite...

Querer viver num mundo melhor é desejo de todos nós...e ficar de braços cruzados nunca te levará a lugar algum e acreditando numa utopia lutei por alguns anos imaginando que a anarquia resolveria alguns problemas na vida...que engano. Quando jovens não estamos satisfeitos com as regras da sociedade e queremos mudar esses regras...mas vem a grande pergunta: afinal quem pode mudar algo tão definido? Quem? Eu? Você? Esqueça...80, 70 ou 60 anos aqui não são suficientes para mudar e tentamos passar alguns ensinamentos aos filhos mas estes vêem o mundo de outra forma diferente da sua e o ciclo reinicia...não há fim.

Naquela última noite de sábado todos punks da Vila Formosa e do alguns do Centenário, reunião para conferir à uma apresentação de uma banda Punk na Santa Cecília e após o ônibus, chegamos ao metrô Tatuapé. Na estação chegamos num grupo de 20 a 25 punks, quem tinha bilhete passou nos bloqueios e desceu as rolantes, quem não tinha foi comprar bilhete (ficaram uns 15 fora comprando e eis que surge a visita desagradável dos Carecas da Zona Leste os caras vieram correndo e já foram dando voadoras nos punks, eu estava na fila e não sabia o que fazer os carecas olhavam pra mim mas não me atacavam e vi o Magrão gritando com os carecas que o pessoal estava com ele...mas só não atacaram o Magrão e vi os 14 correndo em direção do Terminal de ônibus e corri também, porém ninguém me atacou mas a carecada estava atrás de nós (alcancei o grupo) mas insistiam em correr e foram correndo em direção ao cemitério da quarta parada e quando olho para trás vejo um bando de quase 40 carecas correndo em nossa direção, decidimos entrar num velório que estava acontecendo mas seria um desastre...já pensou o pau comendo e o defunto caindo no chão junto com punks, velas e tudo mais? Decidimos correr até o portão e pular este e esperar os carecas dentro do cemitério...onde qualquer vaso viraria arma com certeza. Pulamos e aguardamos...porém só ouvimos o silêncio dos mortos e seguimos para o outro lado na outra saída.

Percebemos que faltava um punk do grupo dos quinze e comentamos entre nós que talvez ele houvesse seguido outra saída e ido embora sozinho, enfim, voltamos para Vila Formosa e de lá cada um tomou rumo pra sua casa.

No domingo soubemos que nosso amigo não havia retornado pra casa aquela noite e começamos a procurar o paradeiro em hospitais, Pronto socorro, delegacias e até IML e nada. Foi uma noite de busca sem sucesso e terminou o domingo.

Trabalhei durante a semana normalmente e na sexta segui até o Centenário e perguntei a um punk sobre o que aconteceu com nosso amigo e o punk me disse a seguinte frase:
-Mataram nosso amigo cara...o coveiro encontrou seu corpo na terça feira, com estiletadas nas costas.

Senti uma vertigem tomar conta do meu corpo e um grande e desagradável frio na barriga senti naquele instante e senti o punk que eu era adormecendo a cada segundo e daquele momento em diante decidi abandonar o movimento punk, não valeria a pena morrer por uma utopia daquelas...você que está lendo pode me criticar, ou até mesmo me chamar de covarde mas os motivos já expliquei lá no inicio do post. Quando escolhi o Travis como personagem deste blog tentei passar a mensagem dele de ter uma atitude de acabar com a raça de um político mentiroso e um cafetão que aproveita de uma menor pra ganhar dinheiro...e da pior forma possível...

Sabemos que a violência gera violência mas numa situação dessa? Conversar apenas resolve? Garanto que não...e só vendo as cenas abaixo para entender o que estou falando...trata- se do finalzinho do filme Taxi Driver...já adianto...são cenas fortes, se não tem estômago nem veja ok? Continuarei a contar outras histórias ocorridos nessa minha vida e como escrevi no primeiro post...quem quiser pode me acompanhar.