domingo, 21 de setembro de 2008

De Raspão...


Sábado, agosto de 88, ela preparou-se para aquela noite como uma noite qualquer, camiseta preta (deixando amostra suas tatuagens nas costas e ombro), saia preta, casaco, bota, maquiagem (bastante maquiagem e o inseparável batom roxo), juntou-se a sua amiga e partiram rumo ao Projeto Leste e mais um festival Punk com: as principais bandas: Mercenárias, Inocentes e Cólera. (as anteriores não lembro estava chapado). Percebeu no meio da multidão um punk simples de sobretudo preto, gel no cabelo e camiseta do The Exployted e troca de olhares constantes...e foi se aproximando meio que magnéticamente o mais perto possível, mas seu namorado chegou e o polo oposto a trouxe de volta...mas o punk a percebeu...e gravou em sua memória o seu rosto.

Outro final de semana chegou e outra festa chegou, todo o ritual novamente e a tal festa foi um fracasso, vamos a outra festa e seguiram de ônibus as 3 amigas e seu namorado punk, qual foi a surpresa o tal punk do Projeto Leste entrou no mesmo ônibus retornando da Vila Formosa e por incrível que pareça ele conhecia seu namorado punk...e este o convidou a acompanha-los a tal festa...por que não? Tratava-se de um aniversário de um amigo do namorado punk...comes e bebes e muita conversa jogada fora e no toca-discos um lado inteiro de Ramones e dance quem quiser... o namorado punk cansou-se e foi sentar mas ela queria dançar mais e puxou o Punk do Projeto Leste para dançar ao som New Wave do B-52 “Monster” e o fez de maneira mais próxima possível esbarrando constantemente e propositalmente, mãos na nuca dele, cabelos entre os seu dedos e aproximando-se cada vez mais com grande alegria até a chegada do (se ligou no movimento...) namorado punk, fim de festa e todos foram embora rumo ao 4º Centenário, exceto o Punk do Projeto Leste, cujo rumo seria um pouco adiante dali.

Outro final de semana chegou, precisamente na sexta-feira e não havia tantos punks na praça somente 2 e justamente um dele era o Punk do Projeto Leste, ela estava no Bar e o viu lá fora e o foi o comprimentar com um rápido beijo na boca e fez um pedido quase que implorando: Minha amiga está mal e vamos leva-la pra casa, volto daqui meia hora não saia daqui heim!!! Meu amigo punk viu a cena toda e sabendo quem era seu namorado me alertou sobre o que acabou de ver e eu simplesmente soltei: Quem não dá assistência...perde pra concorrência! E ficamos conversando e bebendo na praça a espera de seu retorno, conclusão, o bar fechou, todos foram embora, inclusive meu amigo punk e segui de volta rumo à minha casa acompanhado com minha velha solidão de todos os dias...e nunca mais nos vimos exceto em 1996 no Metrô onde ela entrou na Vila Mariana, me olhou nos olhos 2 vezes mas não me reconheceu e sem coragem de reencontrar deixei prá lá.

2 comentários:

Sexyback disse...

Adoro suas historias.....
Bjs

Bia disse...

História mal resolvida!!!
Quem sabe um dia, hein! hahhaha