quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Punk na praia?




Verão de 1988. Feriadão, nada pra fazer, de boa...eu e meu amigo "Japa" decidimos seguir para a praia e ficar no apartamento de um vizinho nosso que o alugou para o feriado.
Enfim, descemos a serra de "busão" e após 1 hora e meia de viajem,chegamos até o tal apartamento, fomos bem recebidos, nos acomodamos, trocados, nosso vizinho já quase berrando:
- Vamos logo, aqui em frente tem uma barraca que faz uma caipirinha de tirar o chapéu!!
Depois de desfazer as mochilas, descemos pra conhecer (e degustar) a tão famosa caipirinha.
O sol já estava bem forte (10h30) e a sede era o tempero ideal para a ocasião, o nosso vizinho e seu Ray-Ban (aquele modelo caçador) todo sorriso e seu sotaque carioca nordestino:
- O Zé, solta duasx caipirinhasx de Vodka prosx meninosx aer!!he!he!he
Pensei que era uma daquelas caipirinhas horríveis com vodka barata, aquele maracujá super azedo e dois quilos de açúcar no fundo,naquele copinho descartável de plástico com um palito de sorvete pra mexer...mas qual não foi nossa surpresa!! Uma super bem elaborada caipirinha um copo grande de vidro com bastante gelo, maracujá, vodka(smirnoff) e leite condensado...que show, estava parecendo um milk-shake. O problema da Vodka é que misturada com frutas ou refrigerante, o gosto característico é quase nenhum e então saboreamos um copo cada um (que já deixa bem balão) como se fosse um suco e o nosso vizinho solta outra:
- O Zé, solta maisx duasx que osx meninosx gostaram, he,he,he.

- Não cara, estou a pampa (diz o Japa já rindo a toa).

- Qué isso cara? Nem começou e já tá parando? (nosso vizinho em gargalhadas e um puta bafo de onça depois de matar 3 garrafas de cerveja sozinho).
O jeito foi tomar o outro copão de caipirinha e ouvir as piadas do nosso vizinho onde o Japa gargalhava tanto que metade da caipirinha ia derramando do copo.
Depois decidimos dar um mergulho pra aliviar a "brisa" da caipirinha, tentativa essa frustante pois as ondas batiam nos nossos joelhos e caiamos, sem condições nenhuma de ficar em pé, daí, lancei:
- Putz Japa, tá embaçado, vamos sair.

- Cara, tô mau, essa caipirinha tá subindo igual foguete, tá tudo rodando...tá foda!!
E na praia comecei a observar o movimento e quando olho pro lado, qual foi minha surpresa, o Japa estava deitado numa esteira de palha e nem sabia de quem era, talvez a dona estaria na água e eu disse:
- Japa, sai dessa esteira cara, vai chegar a dona e vamos arrumar pra cabeça!!
O Japa já estava deitado de bruços com os braços cruzados servindo de cabeceiro e começou a dar uns trancos daí só vi o caldo verde escorrendo pelos lados, nossa, o cara tava vomitando, era só caipirinha com suco gástrico, absorvidos pela areia, que bizarro!!! Fui puxar a esteira pra não suja-la qual foi minha outra surpresa, a esteira rasgou no meio e fiquei com a metade na mão e a outra metade embaixo do Japa, toda melecada de vômito e areia, PQP!!!
Finalmente o Japa depois da vomitada , conseguiu levantar e decidimos subir pro apartamento pra dar um tempo e ao chegar no elevador eu estava acionando o botão do andar correspondente e quandome viro outra surpresa desagradável, o Japa agachado com a bermudaabaixada soltando o maior barro, que fedor!!! E o cheiro? Nooooossa não via a hora de chegar logo:
- Puta que pariu Japa, que merda!!! Por que não esperou chegar cara?

- É merda mesmo, não aguentei, ia fazer nas calça!!
Quando chegamos na porta do apartamento a empregada do nosso vizinho já estava na porta de saída pra descer, daí um olhou pra cara do outro e pensamos: fudeu.
Entramos no apartamento, como se nada tivesse acontecido e minutos depois aparece a empregada vesga e pálida:
- Noooooossa, gente !!!,cagaram no elevador!!, ai credo que gente porca!! E a esposa do nosso vizinho comenta:

- Deve ter sido aquele moleque filho da puta do terceiro andar, isso é a cara dele!! Eu e o Japa seguramos a risada, seguramos tanto, mas tanto, e o pior veio depois com a pergunta da esposa:
- Não foram vocês não né? Pelo amor de Deus...
E o Japa na maior cara de cínico deste mundo:
- Qué isso, quem fez isso não tem amor no coração...

- Olha lá heim!, eu vou no mercado, se sairem deixa a chave na portaria.
E quando a esposa sai com a empregada, caimos na gargalhada por vários minutos, sabe aquela gargalhada de você chora de tanto rir? de doer a barriga? Com certeza nunca esqueci este verão de 1988 e este acontecimento no mínimo bizarro.

Um comentário:

Bia disse...

Que nojo!!!
Japa podre!!!
hahahhaa