quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O Começo do Fim Do Mundo

Em 2012 muito foi dito sobre o fim do mundo no dia 22 de dezembro, piadas a parte, há 30 anos, o fim do mundo teve começo. No centro do vortex luminoso – criado pela música disco – surgia uma mancha monocromática, escura e insatisfeita com toda a apatia social, cultural e musical. Naquele ano, não se via mais as calças “boca de sino” desfilando pelas ruas. Desta vez, as vestimentas eram surradas, com alfinetes perfurando o pano. O topete tinha sido confiscado e em seu lugar, espetos coloridos, cabeças raspadas e jaquetas de couro. Do Largo São Bento, no centro de São Paulo, até o ABC, uma nova leva de jovens movidos pela contracultura lotou o Sesc Pompeia no maior festival punk do país. Em 1982, “O Começo do Fim do Mundo” “Na época, foi um dos maiores festivais punks do mundo”, lembra Clemente, vocalista da banda Inocentes, um dos grupos pioneiros, que tocou na primeira edição e volta a se apresentar neste mês. 

O evento permitiu que os punks paulistanos tocassem seu som para um grande público, que reunia desde adeptos à ideologia quanto os interessados em conhecer aquela cultura essencialmente urbana. Outro fato inédito ocorrido foi o encontro das tribos de São Paulo com as do ABC, até então rivais. Escritor e dramaturgo brasileiro, Antônio Bivar, estava prestes a lançar seu livro “O que é Punk” e foi quem teve a ideia de organizar o festival no Sesc Pompeia, inaugurado no mesmo ano (1982). “[O festival] trouxe uma visibilidade gigantesca, não só no Brasil mas no mundo. Saiu na revista Veja, Folha de São Paulo, todos os veículos importante cobriram o evento, exceto a Globo que foi expulsa pelos punks”, ressalta Clemente. Estou de volta no pedaço heim!

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